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IFCHS promove ato em defesa da Universidade




Por iniciativa dos estudantes universitários das diversas áreas de conhecimento de humanas, foi promovido um ato de protesto contra o corte de investimentos nos cursos de Filosofia e Sociologia, segunda-feira,29, às 14h,no Hall do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS). A manifestação teve o apoio da direção do Instituto, da União Nacional dos Estudantes (UNE), e dos Centros Acadêmicos de Filosofia (CAFCA), Ciências Sociais (CACS), Centro Acadêmico de Geografia (CEGEO), Centro Acadêmico de História (CACHA) e do Centro Acadêmico de Química ( CAEQUIM).


O ato teve uma participação expressiva dos estudantes e de professores do Instituto que se reservaram em suas falas contra o projeto neoliberal do governo federal em sucatear as universidades publicas federais, e em defesa de uma universidade publica, gratuita e de qualidade para todos.


Em suas considerações, o professor Luiz Antônio, do curso de Ciências Sociais, disse que não é primeira vez que os cursos de Filosofia e Ciências Sociais sofrem esse tipo de perseguição. “ Na verdade todos os regimes autoritários ao longo dos anos, tanto de esquerda quanto de direita, parecem ter uma disposição visceral de atacar essas áreas do conhecimento dentro da universidade. Foi assim no golpe de 64 no Brasil, foi assim nas universidades do Chile. Enfim, a história nos mostra que os regimes autoritários precisam fazer isso para calar os setores da sociedade que tenha uma posição de conhecimento crítico”, esclareceu


Para Luiz Antônio, apesar dos problemas experimentados, as Ciências Humanas ao longo de sua história, demonstra que não serão destroçadas por qualquer regime autoritário. A questão preocupante, segundo ele, reside no processo que construiu a candidatura de Bolsonaro que não é um processo isolado, mas sim, um método operante que utiliza as redes sociais, responsáveis que foram por sua eleição, e que ainda não foram desativadas. Nesse sentido, afirmou que às construções deliberadas e articuladas de mensagens são uma forma de ajustes e avaliações de como à sociedade responde a essas mensagens para, posteriormente, ele ser mais duro e contundente, especialmente, contra os campos democráticos e progressistas.


Finalizou, reconhecendo a manifestação do ato realizado, proclamando a unidade na diversidade. “Não é mais tempo nesse momento, não é possível abrir mão de uma luta coletiva, de minha especificidade. Não vai ter lugar para nós fazer uma pauta específica nesse momento. Precisamos construir a unidade nas nossas diferenças para combater a extrema-direita, o neofacismo, e o neonazismo que tem sido construído nesse País.”


Por sua vez, o professor Nelson Noronha, parabenizou os alunos pela iniciativa do evento diante da situação grave do momento que passa os cursos de humanas, afirmando que, graças a iniciativas como essa, que se pode alimentar a esperança de que somos capazes de resistir a esse ataque a sociedade, a democracia e a civilização.

Argumentou da necessidade do curso de Filosofia para o exercício do pensar pelo pensar, próprio da Filosofia, que sem essa liberdade de pensar, não existe filosofia. “ Nós vivemos em uma sociedade que pretende ser democrática , plural e democrática. Como ,então, se pode pensar essa sociedade sem esses espaços, sem essas possibilidades de exercitar o pensar. Que sociedade nós queremos ter quando o pensar é submetido ao objetivo produtivista”, questionou, Noronha, acrescentando, os contrapontos que, “ não existe sociedade que tenha pretensão de ser democrática , plural e alcançar à justiça social sem que haja o contraditório, diversidade e diferença”.


A sua fala motivadora enalteceu a iniciativa dos alunos, afirmando que ela precisa ser fortalecida, tomar os espaços e arrebatar os outros segmentos da universidade, chegando até aos conselhos departamentais para que se discuta a gravidade da situação que se vive. “ A Universidade não pode ficar calada, indiferente com o que está acontecendo. Não podemos aceitar que dentro da universidade se precarizem os cursos de Ciências Humanas . É preciso que a universidade se manifeste claramente qual é a sua posição em relação a financiamentos desses cursos e a sua posição para garantir as condições dos alunos desses cursos “, cobrou


Finalizou, declarando que a luta não é isolada, de um segmento, por isso, “ os nossos atos sejam atos que comecem aqui, e que as nossas causas maiores devem merecer atenção e as nossas lutas precisam começar democratizando a universidade, exigindo que as autoridades universitárias cumpram os seus deveres administrativos e políticos para que se diga não a esses ataques e para que sejam assegurados às condições para o efetivo exercício da pluralidade, da igualdade do ensino, dos projetos de extensão, integrando a sociedade contra os projetos de exclusão”.


O diretor do IFCHS, professor Raimundo Nonato, em sua intervenção, ressaltou a importância dos cursos de Filosofia e Sociologia ao dizer que a questão envolve a cidadania e as estratégias do governo em eliminar esses cursos de humanas. “ Quando nós trazemos as ciências humanas para o campo da reflexão e da cidadania nós fazemos a leitura sobre experiências, seja individual , seja coletiva e, essas experiências que estamos vivendo hoje, elas fazem parte de uma reflexão profunda que podemos identificar com aquilo que Noberto Bobbio chama de poderes invisíveis . E, o que faz ás ciências humanas em sua essência é apresentar e discutir em muitos casos os poderes invisíveis”, declarou. Explicando, ainda, que a neutralização da cidadania gera pessoas e cidadãos descompromissados com os novos destinos da humanidade.


De acordo com o Nonato, a luta que esta sendo travada é contrário o que o governo pensa. O que se quer e se busca, segundo ele, é o fortalecimento da cidadania e o aprofundamento das experiências e reflexões para conhecer esses poderes invisíveis e, a partir daí, ampliar cada vez mais o compromisso da formação profissional dos cursos das Ciências Humanas, demonstrando para o governo que não se constrói sociedade sem um plano de reflexão.


Discursaram durante o evento diversos professores e representantes de categorias profissionais presentes no Ato, bem como, alunos dos diversos cursos de humanas. Ainda, no decorrer da programação, foi lido um manifesto pelos alunos contra os cortes de investimentos nos cursos de Filosofia e Ciências Sociais.


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