PPGEOG discute os 40 anos da Geografia Crítica no Brasil
Com o objetivo de resgatar por meio de debates, o Encontro Nacional de Geógrafos ( ENG), ocorrido no ano de 1978, em Fortaleza (CE), evento que foi um ponto de ruptura e também de partida para que hoje se denomina de Geografia Crítica, alunos do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEOG), promoveram um debate nesta quarta-feira, 21, no auditório Rio Javari, da Faculdade de Tecnologia (FT) para celebrar e relembrar esse marco para a Geografia Brasileira.
Com o tema “1978, quarenta anos depois: Geografia da Crítica”, o curso pretendeu, também, enfatizar as possibilidades de um elemento crítico em uma metodologia endurecida pelo tempo e pelo o mundo e que não mais se explicava a partir dela, pudesse repercutir e ecoar na pesquisa e no ensino dos geógrafos brasileiro, fazendo uma articulação entre o que foi o evento de 1978,o que é a Geografia e a Geografia crítica hoje e o que ela pode vir a ser.
Foram convidados para compor a mesa de abertura, o diretor do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Socias (IFCHS), professor Raimundo Nonato Pereira da Silva, o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEOG), o professor Ricardo José Batista Nogueira, o chefe do Departamento de Geografia, professora Mírcia Ribeiro Fortes, o professor Eudes André Leopoldo e do professor José Borza Quielo da Silva.
Em sua fala, o professor Raimundo Nonato propôs novas reflexões em relação á temática do evento ao afirma que “considera à reflexão problematizada a partir da crise, não como uma decadência, mas como reflexão sobre nossa trajetória, nossos conceitos e paradigmas para uma análise social crítica”.
Em sua reflexão sobre o assunto, levantou questionamentos em relação ao ensino e aprendizagem, ao questionar até que ponto não estamos só ensinando à teoria em detrimento da técnica na área de humanas, afirmando que” talvez nós não tenhamos feito uma reflexão nesse sentido”, considerando que á prática não pode sobrepor a construção da reflexão e do ser. Finalizou, desejando ótima reflexão e de que possa surgir a partir dos debates, questionamentos á médio, a curto e a longo prazo.
Relembrando seu tempo de aluna do Instituto de Educação do Amazonas, e quanto á cidade mudou desde dessa época, á professora Mírcia Ribeiro Fortes, falou á respeito da lacuna que existe no ensino de Geografia desse período, com ênfase no ensino mais técnico e especializado. Disse ter percebido por meio do tema do evento e do “ quanto vivenciei na geografia escolar. Eu vivi toda essas questões dentro da própria vivencia acadêmica e profissional”, declarou, desejando à todos um bom evento em nome do Departamento de Geografia.
Depois da abertura oficial ocorrida às 9h, teve lugar a primeira mesa-redonda com o tema '1978 e o lugar da Geografia Crítica no pensamento geográfico brasileiro: marxismo e urbanização', debatidos pelos professores da Ufam, Ricardo José Batista Nogueira e Paola Verri de Santana, e pelo professor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Eudes André Souza. O objetivo foi de discutir, a partir do resgate de contextos históricos, como o marxismo influencia a concepção de Geografia dos futuros professores brasileiros.
No período da tarde, no horário das 14 às 17h, ocorreu a segunda mesa-redonda “A produção do espaço e da natureza: perspectivas críticas na Geografia Humanista, Física e Agrária”, tendo como debatedores os professores Amélia Regina Nogueira, Natacha Cíntia Aleixo e Manuel Cruz, do Departamento de Geografia. Na oportunidade foi discutida de como os estudos críticos, a partir de 1978 entraram nos estudos das relações rurais do Campesinato e da Geografia Agrária.
E, encerrando a programação, no horário das 18h às 21h, foi realizado à conferência do professor José Borzacchiello da Silva, com à temática “ O Encontro de Geógrafos Brasileiros de 1978: fatos , personagens, bastidores, com o objetivo de mostrar como se deu o evento de 1978, a partir de seus personagens principais.