Abertura do IV Congresso dos Estudantes de História da UFAM
Com o tema “Transformações na História: reformas, educação e política”, foi aberto na segunda-feira, 12, no auditório rio Solimões do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), o IV Congresso dos Estudantes de História. O evento é uma realização do Departamento de História e do Centro Acadêmico de História ( CACHA), com o apoio da direção do IFCHS.
Estiveram na mesa de abertura, o diretor do IFCHS, professor Raimundo Nonato Pereira da Silva, do chefe do Departamento de História, professor Auxiliomar Silva Ugarte, e de representante do CACHA.
Pensando em um evento que questione aspectos educacionais e políticos nas reformas do ensino anunciadas pelo novo governo, o IV Congresso dos Estudantes de História da UFAM tem a pretensão de ser um marco relevante para os docentes, discentes, professores e pesquisadores durante os três dias de debates, a partir de temas inseridos na programação.
Em seu pronunciamento, o professor Raimundo Nonato, manifestou sua dupla felicidade em participar da solenidade de abertura, em razão de dois eventos simultâneo estarem sendo realizados por alunos: o primeiro, no auditório Rio Javari (FT), dos alunos de Geografia e o outro no Rio Solimões (IFCHS), dos alunos de História. “E nesse momento a juventude aceitando desafios de discutir pautas com temáticas diferentes, parecendo duas ciências separadas, mas na verdade, são duas ciências que traz para o campo da reflexão suas especialidades, realidades que estamos vivendo hoje”, declarou, desejando que o evento possa sanar às dúvidas e que possa ser problematizado cada item “porque é ai que nós crescemos, e fica mais claro aquilo que nós aprofundamos em sala de aula e discutimos alem das fronteiras da Universidade”, explicou.
Resaltou, que o momento e de suma importância para termos um olhar crítico e, para isso, é necessário segundo ele, utilizemos os conceitos, para que possamos compreender dentro de uma perspectiva da nossa formação aquilo nós vivemos, relembrando, na ocasião, o I Encontro de Ciências Sociais, ocorrido em 1990, afirmando, posteriormente, que se deve transportar essa lembrança para o evento no momento, para pensarmos a Universidade de forma menos provinciana. Finalizou, afirmando que é otimista na medida em que veem jovens críticos buscando superar esse momento e, ao mesmo tempo, ser um espelho para futuras gerações.
Em sua abordagem, o professor Auxiliomar Silva Ugarte, disse da sua alegria em participar do IV Congresso dos Estudantes de História, esclarecendo que um dia foi aluno do curso e senti orgulho de fazer parte de sua historicidade, lembrando que ao longo de três dias, os alunos terão oportunidade de debaterem temas que estão na programação do evento.
Anunciou tempos difíceis para todos, explicando que temos que manter a dignidade sob governos tirânicos e, por isso, é necessário estarmos preparados com nova inteligência, porque a história é uma sucessão de inteligência e, que, unindo a experiência e a vontade da juventude, devemos travar essa batalha para a manutenção de uma universidade pública e de boa qualidade. “ Uma universidade de elite e não da elite. Nós temos que ter essa competência pra que nos opomos aos nossos adversários e inimigos declarados,” finalizou
A conferência de abertura coube a professora Ana Lúcia Vieira, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) que abordou o tema “Ensino de História: potências e perigos da nova reforma educacional”, que levantou questões para serem pensadas e refletidas.
Em sua análise sobre a nova reforma educacional, a professora esclareceu que esse é o momento pra se debruçar sobre a questão do ensino, lugar político, por ser a educação um ato essencialmente político, em um contexto de uma ação política. Disse esperar que, no final do evento, possamos entender a relação entre história e fato político, questionando, também, quem somos nós no contexto desse discurso entre o ensino de história e a educação como ato político.
Entre os questionamentos, trabalhou em cima do que já existe sobre BNCC e reforma do ensino médio e seus impactos na área de Licenciatura em História, a exigir um posicionamento. Levantou algumas questões no campo de políticas públicas em educação, especificamente, da educação pública voltada para a educação básica. “Acho isso extremamente pertinente à nós porque é o que fazemos aqui no curso de licenciatura. O nosso foco esta na formação de professores para educação básica”, esclareceu”
Lançamento da revista Manduarisawa
Durante o evento, houve o lançamento da segunda edição da revista Manduarisawa, organizado e coordenado exclusivamente por alunos do curso de História. Nascida em 2016 por iniciativa de um grupo de alunos, a revista tem por objetivo incentivar o debate, o dialogo em torno de temas da região Amazônica e a valorização desses temas e de seus pesquisadores.
A programação do IV Congresso dos Estudantes de História vai até quarta-feira, 14, com a discurssão do Estatuto do Centro Acadêmico de História e da eleição da comissão eleitoral, das 14h às 17h, no auditório Rio Amazonas – FES.