I Fórum de Discussão Multidisciplinar
Com o título “A questão da fome, pobreza e desigualdade na Amazônia”, o I Fórum de Discussão Multidisciplinar teve o seu encerramento na sexta-feira, 18, no auditório do Rio Solimões do IFCHS. Iniciado na quinta-feira, 17, a programação contou com a apresentação de trabalhos de alunos e a participação de palestrantes especialmente convidados para os debates.
Organizado pelo Laboratório de Geografia Humana (LAGEHU) do Departamento de Geografia e pelo Departamento de Economia e Análises da Faculdade de Estudos Sociais (FES) e pelo Núcleo de Estudos Rurais e Urbanos (NERU), da Universidade Federal Fluminense – Campos dos Goytacazes, o Fórum foi um evento destinado a pesquisadores, estudantes de graduação e pós- graduação, gestores públicos, agricultores e movimentos sociais, com a finalidade de buscar oportunizar o diálogo multidisciplinar sobre a temática da fome e das desigualdades regionais, tomando como base a obra do geógrafo Josué de Castro, as pesquisas recentes realizadas pelo IPEA e, o debate atual e polêmico, em torno do tema e das políticas públicas de combate à fome, a pobreza e as desigualdades regionais.
Sobre a temática “Regimes Agroalimentares e Expressões Alternativas de Produção Sustentável e Consumo Responsável”, a segunda mesa de debates encerrou as discussões do Fórum com a participação do representante do Grupo Economistas Solidários, professor Assis Mourão Júnior, da professora da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), Jozane Lima Santiago, da professora do Departamento de Geografia, Paola Verri de Santana e de Renata Elcy Farias Geraldo, representante do Movimento Slow Food – Manaus.
Em sua exposição, a professora Jozane Lima explanou sobre á criação da AGROUFAM, em 2013, pelo Núcleo de Socioeconomia (NUSEC) da Universidade e, posteriormente, institucionalizada como uma das metas estratégicas para fomentar e potencializar a comercialização da produção familiar em nosso estado.
Ela explicou que a feira não é apenas uma feira convencional, mas também um espaço socioeducativo que estimula o intercâmbio de conhecimentos e integração de saberes entre agricultores e comunidades acadêmicas, além de estabelecer uma relação harmoniosa entre produtor-consumidor.
Com a participação e apoio de organizações não governamentais e de Unidades de Conservação e de Empreendimentos de Economia Solidária e de ensino, a feira busca, de acordo com a professora, aproximar agricultores e consumidores, com objetivo de fortalecer as organizações sociais dos mercados locais, visibilizando práticas antigas, novas ou renovadas, sinalizadores de um jeito de diferente de produzir, distribuir, escolher, valorizar e consumir o alimento.
Sobre a Economia Solidária, a fala do professor Assis Mourão foi oportuna, porque, além de estarmos em um momento econômico não favorável, ele apresentou uma alternativa de trabalho e renda em favor de uma inclusão social de pessoas organizadas em cooperativas.
Criada em 2013 pelo Corecon-Am, após a realização do Congresso Brasileiro de Economia (CBE) em Manaus, o “Grupo Economistas Solidários” tem a finalidade de orientar, buscar recursos, oferecer cursos e assistência técnica e acompanhamento financeiro de associações para um melhor aproveitamento de suas práticas econômicas e sociais na gestão do cooperativismo.
Paralelo às atividades do Fórum, a exposição “ Geografia e Arte: paisagens e lugares pelas cores e forma”, do professor Marcos Castro, esteve aberto à visitação no último dia do evento.