Serviço Social celebra dia do Assistente Social
Como parte das comemorações do dia do Assistente Social, o Departamento de Serviço Social em conjunto com o Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia (PPGSSSA) e o Centro Acadêmico de Serviço Social do Amazonas (CASSA/UFAM), promoveram nesta quarta-feira, 16, debates sobre o tema “Lutas, Resistências e Serviço Social”, com o objetivo de discutir questões e desafios enfrentados pelos assistentes sociais na busca e defesa da justiça, como principio de igualdade humana por meio dos direitos sociais e humanos, além de incentivar uma reflexão dentro da categoria profissional de Serviço Social sobre os impasses e lutas na busca e defesa da justiça, como princípio de igualdade humana por meio dos direitos sociais e humanos, enfatizando a importância do assistente social no âmbito da defesa dos direitos sociais.
Para viabilizar a participação dos alunos dos turnos vespertino e noturno, a programação do evento foi desdobrada em dois momentos. No primeiro, realizado às 14h, no auditório Rio Solimões, do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), e o segundo, às 18h, no mesmo local. Além da presença significativa dos alunos do curso nas discussões, foram convidados profissionais de Serviço Social e professores do departamento para debater o tema alusivo à data.
Estiveram presentes nos debates, a professora do curso de Serviço Social, Kátia de Araújo Valinna, da representante do Conselho Regional de Serviço Social, a assistente social Marklise do Santo Siqueira, da representante do Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado do Amazonas, a assistente social Luíza de Marilac, da Coordenadora do (PPGSSSA), professora Marinez Gil Nogueira, do chefe do Departamento de Serviço Social, professora Lucilene Ferreira de Melo, do diretor do IFCHS, professor Raimundo Nonato Pereira da Silva e da Coordenadora do Centro Acadêmico de Serviço Social, aluna Deidra Frazão.
Para sinalizar quanto às condições de trabalho dos assistentes sociais são desfavoráveis e, por extensão, dos trabalhadores brasileiros, no cenário atual que vivenciamos com a precarização do trabalho, dos serviços públicos e a retirada dos direitos e garantias dos trabalhadores, a professora Kátia de Araújo Vallina esclareceu em sua intervenção, à dimensão que o assistente social está inserido e a forma como o profissional pode resistir para barrar as propostas de destruição de direitos que estão sendo propostos no Congresso Nacional.
De acordo com a professora, a resistência, também, tem haver com o fazer e o saber profissional em relação a valores, à proposta de sujeitos individuais e coletivos, a concepção do Serviço Social e a projetos profissionais no mercado de trabalho, onde se disputa valores e serviços sociais. “Nós temos um projeto ético-político desde os anos 90, na qual, o nosso compromisso é com as classes trabalhadoras. Então, nós temos um triple do nosso projeto político, que é a formação profissional, o código de ética e a lei que regulamenta a profissão, que caminha no sentido de atribuir um perfil ao profissional de Serviço Social”, revelou, afirmando, que para enfrentar os desafios que se apresenta, é preciso que os assistentes sociais façam uma crítica de tudo que está posto no cenário nacional que visa destruir direitos, e resistir às exigências absurdas que atentam contra a direção social ética e política do trabalho.
A professora pontua, ainda, outros desafios e lutas que se faz necessário, principalmente, a luta contra a privatização do ensino púbico, da saúde, da previdência e da reforma trabalhista. “São momentos de lutas e de resistências para os trabalhadores, e que possamos construir formas de estratégias que priorize as vontades coletivas”, afirmou, declarando, ainda que “é na contracorrente do instituído que a categoria dos assistentes sociais vem construindo uma história de luta e resistência, apostando no futuro, mas entendendo que se constrói no agora o tempo presente”.
No final de sua fala, acrescentou que “nós temos que fortalecer as formas de organização dos trabalhadores para fazer valer a nossa voz de classe trabalhadora, repudiando o golpe político institucional contra a democracia para assegurar os direitos arduamente conquistados”.
Por sua vez, o professor Raimundo Nonato Pereira da Silva, disse que a discussão visa ampliar primeiramente o nosso território de intervenção, porque os nossos direitos estão ameaçados. Por isso, da necessidade dos debates no ambiente acadêmico, para eu possamos dialogar e entender a conjuntura que estamos vivenciando.
Ele descreveu os avanços significativos que tivemos no Amazonas quanto a inclusão social, do programa de transferência de renda Bolsa Família que atendeu significativa parcela da população, inclusive, dos povos indígenas . Porém, de acordo com Nonato, enquanto algumas regiões avançava o programa, outras, apesar da ampliação, dependia de interesses externos para avançar, apesar do diálogo com o poder publico. A menor inserção social, segundo o professor, está relacionada a preconceitos contra os indígenas e quilombolas. “ E nesse momento, passando por uma situação que até então não esperávamos, nós estamos novamente na luta para defender o nosso território”, justificou.
Também enalteceu o evento e a sua importância, para termos uma dimensão critica do que estar acontecendo, e para não sermos seduzidos por informações falsas. “ Criticar informações falsas é fundamental para o nosso esclarecimento enquanto cidadãos e, principalmente, para nós que estamos em formação na assistência social, fundamental nesse cenário”, finalizou.
Segundo a Coordenadora do Centro Acadêmico de Serviço Social, aluna do 5º período, Deidra Frazão Marinho , 19, a proposta da mesa-redonda não se resume apenas para a comemorar o dia do assistente social, mas de reflexão da categoria que, juntamente com o Conselho Federal de Serviço Social e o Conselho Regional, faz parte do sistema “resistente” na profissão. “Nós como acadêmicos achamos, muito importante essa reflexão e os debates com relação a isso tudo, porque nós nos colocamos como classe trabalhadora também, por isso a importância da organização do evento”, explicou.