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Defesa do Memorial da professora Patricia Melo do Departamento de História do IFCHS


Aconteceu no último dia 06 de abril, no auditório Rio Negro, do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais - IFCHS, a defesa do Memorial da Professora do Departamento de História do IFCHS, Patricia Maria Melo Sampaio.


Em sua trajetória, a professora relembrou de quando participou do PIATAM, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), das suas pesquisas voltadas as temáticas indígena e afro-brasileira, de sua participação no Conselho Universitário da UFAM (COSUNI), do envolvimento com os movimentos sindical e social, dentre muitas histórias que marcaram sua vida profissional, acadêmica e pessoal

Abaixo alguns trechos da exposição feita pela professora Patricia Melo em defesa de seu memorial:

2009 – Piatam


“Nesse período aconteceu a formação do nosso acervo documental e iconográfico. Quando a gente encerrou a nossa participação no PIATAM em 2009 nós tínhamos crescido enormemente. Nós éramos cinco grupos de pesquisas, oito pesquisadores associados e 48 alunos de graduação e pós-graduação participando do projeto. A gente tinha ampliado coletivamente a nossa capacidade de angariar recursos”.


“Para mim o PIATAM me proporcionou uma outra dimensão, me deu ganho, que era como fazer pesquisa multidisciplinar com gigantescas equipes de trabalho e por demandar um altíssimo grau de profissionalização. Compreender como funcionava isso foi essencial porque foi daí que me veio a segurança necessária para apresentar propostas de maior envergadura nos editais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM”.



FAPEAM - 2009-2010


“Dirigir a FAPEAM era algo radicalmente novo em todos os sentidos”.


“Era a minha volta a FAPEAM porque em 2005 e 2006 colaborei com a implantação do Departamento de Acompanhamento e Avaliação de Projetos”.

“Nada do que eu tinha experimentado na minha vida acadêmica e administrativa era suficiente para entender o que eu costumava chamar de Complexo de Galáxias, que atendia pelo nome de Financiamento em Ciência, Tecnologia em Inovação no Brasil”



Retorno à UFAM em 2010


“Quando eu voltei em 2010 apresentei uma proposta, o Negra UFAM, à reitoria da UFAM. A reitora Márcia Perales ficou entusiasmada, e ofereceu a possibilidade de transformar o Negra UFAM em um projeto transversal e institucional, que significava incluir no PDI da UFAM, e fazer atravessar como política transversal nas quatro Pró-reitorias. Infelizmente o projeto foi denegado no Conselho Universitário”.


“Resolvi reorganizar meu Núcleo de Pesquisa que passou a se chamar História Indígena da Escravidão Africana na Amazônia”.


“Participei da criação de uma página de comunidade no Facebook chamada Amazônia Passado e Presente, onde os alunos da disciplina formulavam questões direcionados aos alunos do ensino médio que eram corrigidas em sala de aula. A ideia era ensinar os alunos de graduação a usar o facebook como ferramenta para trabalhar com seus estudantes do ensino médio”.

“Em 2011 e 2013 recebi a tarefa de reestruturar a revista História Hoje. Eu não tinha nenhuma experiência em editorial como editora de revista, E isso foi maravilhosa. Eu aprendi muito. Foi incrível porque a revista, em quatro edições, saiu da qualificação C para B2”.


“Fui iniciada no candomblé em 2009. Foi uma candomblecista que assumiu a Diretoria Técnico-Cientifica da FAPEAM, que conduziu as pesquisas pioneiras sobre escravidão africana e a presença negra na Amazônia, que realizou as cinco edições do Ciclo de Palestras sobre Cultura Afro-brasileira na Amazônia, que criou as disciplinas temáticas de acordo com a Lei 10639 do Departamento de História, que publicou o livro Fim do Silêncio – Presença Negra na Amazônia, além de dezenas de artigos, capítulos, falas e palestras. Enfim, orientei mais de dez trabalhos sobre esse tema. Me empenhei enormemente em tornar o tema de combate ao racismo e a importância das políticas de ações afirmativas como parte do debate acadêmico e institucional. Às vezes, diante da rejeição de alguns professores da Pós-graduação, eu assumia todos os alunos cotistas. Criamos aqui, como diziam os alunos, um Quilombo Acadêmico que só cresce”.


“Nessa condição de dupla identidade, acadêmica e política, é que eu escrevo e assessoro a Comissão da Verdade da Escravidão da OAB do Amazonas”.


“Em relação aos povos indígenas, eu destaco a minha experiência como perita em um Laudo solicitado pela Justiça Federal na Terra indígena dos Tenharim, no Igarapé Preto, em que nós avaliávamos o impacto ambiental da ação da Paranapanema na terra indígena 25 anos depois da retirada da mineradora da região. O laudo em favor dos Tenharim foi uma experiência incrível. É quando você entende porque que uma trajetória acadêmica e intelectual vale a pena para transformar a vida das pessoas em algo melhor, e garante às pessoas a retomada dos seus direitos. É um momento que vale por uma vida inteira de pesquisa”.



2014 – A volta à militância sindical


“Sou filiada desde 1986. Resolvi voltar ao sindicato em 2014 porque entendia que os debates estavam muito restritos na universidade. Eu achei que podia fazer mais”.


“Em 2015 fiz parte do Comando Local de Greve. Uma greve incrível, de ocupação, em que a gente encheu a universidade de cores, de alegria, de roda de conversa, discutindo a instituição, com panfletagem, com pressão no CONSUNI, etc. Política se faz com alegria, a revolução vai ser alegre”.


“Atendendo a uma demanda dos colegas, fui eleita para representar os colegas professores no CONSUNI. Fui responsável por uma nota, quando do Impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff. O CONSUNI saiu com uma nota em defesa da democracia, aprovada por unanimidade. Essa proposta foi feita por mim, representante do ICHL”.


“Estava lá também quando o CONSUNI aprova a ‘redivisão’ do ICHL e a criação das novas faculdades”.


“Apresentei ao COSUNI uma nota de repúdio, depois de uma pichação homofóbica ocorrido em um banheiro do ICHl, e organizamos um grande ato contra a intolerância”.


“Participo do site “Amazônia Real”, uma agência de jornalismo independente. Está hoje entre as seis startups de notícias digitais da América Latina”.


“Participei também da campanha linda, generosa e solidária, na tentativa de fazer uma universidade diferente, da Chapa à reitoria Contraponto, encabeçada pela professora Arminda Mourão”.


“Como termina? Termina não”.


“Uma das mais importantes lições que tive nesses 34 anos de trabalho é a importância de estar no ensino de graduação. Nunca, jamais, em tempo algum, abandonem os alunos de graduação, principalmente nos anos iniciais, porque é de lá que vai vir os futuros orientandos da Iniciação Científica, do Mestrado e do Doutorado”.



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