Tese “Entre o Mágico e o Cruel: a Amazônia no Pensamento Marxista Brasileiro” é tema de debate no I
A tese foi defendida pelo professor Luiz Fernando, do curso de Ciências Sociais da UFAM, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no dia 5 de março deste ano, com o objetivo de promover uma leitura sociológica entre o Marxismo e a região Amazônica. O trabalho foi apresentado em debate nesta segunda-feira (9), no auditório Rio Solimões do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas Sociais (IFCHS).
A mesa de debate foi composta pela professora Elenise Scherer, do curso de Serviço Social, do Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, professor Marcelo Seráfico e do diretor do IFCHS, professor Raimundo Nonato.
Responsável pela iniciativa do evento, a professora Elenise disse da sua satisfação pelo debate, afirmando que a tese é um dos primeiros estudos que analisa o pensamento social amazônico na perspectiva marxista. Afirmou, também, da necessidade desses tipos debates no Instituto .
Para o professor Raimundo Nonato, os questionamentos são fundamentais dentro da Instituição, e que o trabalho apresentado deve passar pelo crivo crítico da comunidade para que se cumpra sua função social e, parafreando Weber, finalizou, declarando que o trabalho do professor Luiz Fernando não pertencera mais a ele, mas sim à todos que, naquele momento, o avaliariam criticamente.
Em sua exposição, Luiz Fernando trouxe os questionamentos que nortearam seu trabalho para o debate acadêmico sobre a Amazônia, seu objeto de estudo, a partir de leituras marxistas de Wittigenstein, Foucault e Geertz para criar sua hipótese que, a Amazônia é um elemento heurístico de investigação para a sociologia. Ele destaca uma forte ruptura com o dualismo “ centro/periferia que permeia a forma de se perceber à região em várias perspectivas, quando diz que “ a Amazônia é um artefato social, econômico e histórico a partir do qual a sociedade nacional, contemporânea e mundial podem ser explicada”.
Em seus pressupostos e hipóteses, ele destaca o quadro a “Miséria” de Hahnemann Bacelar, quando diz que, fez um giro nos três momentos do projeto de pesquisa em suas análises sociológicas, quando percebe que a “Amazônia não é uma determinação geográfica , física e natural, mas é uma construção histórica, social, político. Ela é muito mais que uma determinada região geográfica, ela é aquilo que uma determinada perspectiva ideológica, cultural e histórica pôde criar”.
Abordou, ainda, a aparição da Escola Sociológica Paulista entre às décadas de 40 a 60, e o referencial dos autores vinculados a essa escola, explicando o seu surgimento no momento que à elite agrária detinha o poder político da nação.
Logo após a exposição do professor Luiz Fernando, houve o debate entre o expositor, os debatedores e o publico presente na apresentação. No final do evento, livros foram sorteados aos participantes.