top of page

NAVI/UFAM exibe documentário Beyond Fordlândia


O Núcleo de Antropologia Visual da Ufam (Navi/Ufam) exibiu quarta-feira, 13, às 15 horas, no Auditório Rio Negro, o documentário “Beyond Fordlandia”, do diretor Marcos Colón.


Coordenado pela professora Selda Vale da Costa, o evento contou com a presença do professor Marcus Barros, ex-reitor da Ufam, que enriqueceu os debates com o seu depoimento de sua participação no filme. O documentário de 84 minutos abordou a trajetória do projeto do empresário Henry Ford na Amazônia em 1927, quando criou as cidades de Fordlândia e Belterra para a plantação da seringueira e, desse modo, extrair o látex com o objetivo de impulsionar a fabricação de produtos para a sua indústria automobilista.


Produzido por Marcos Colón, o filme traz uma visão crítica da exploração predatória que a Amazônia sofre por meios dos empreendimentos de agronegócios que avança floresta adentro em sua expansão para produção de soja, e também, de não menos prejudicial, a exploração de seus recursos minerais que acaba afetando toda uma biodiversidade existente no bioma da região , e que acaba conseqüentemente afetando o homem que mora e tira o seu sustento da floresta de modo sustentável. O filme buscou depoimentos de diversos estudiosos, como Marcus Barros, Barbara Weinstein, do sociólogo e poeta Paes Loureiro, do jornalista Lucio Flavio Pinto, de moradores, agricultores, sindicalistas e ativistas de Belterra e Santarém.


Sobre a produção do filme, a professora Selda Vale destacou dois pontos: o primeiro foi à dificuldade de Marcos Colón em ter acesso o acervo da Fundação Ford e, o outro, foi à disponibilidade de termos visualmente a exploração do látex desse período. “É importante a gente perceber como eles nos encarava e, também, como eles encarava o empreendimento na Amazônia”, explicou a professora, revelando ainda o perfil de Ford como pioneiro na plantação de soja na Amazônia.


Em sua fala a respeito da película, Marcus Barros disse que não adianta dizer que tipo de minério pode ser explorado em determinada área da região, porque existe uma rede capilar de rios que se comunicam dentro dessa grande reserva de água doce na Amazônia, que significa contaminação por mercúrio ao longo de toda essa extensão. “O importante não foi à borracha de Fordlândia e de Belterra, porém, o mais importante foi o início da exploração empresarial da Floresta Amazônia, com a exportação de toras por meio de utilização de tratores B8”, enfatizou Barros, acrescentando que “se os chamados Correntões existissem naquela altura, a Amazônia não existiria mais pela velocidade que correu em 1927, na derrubada, exploração e exportação de madeiras.” Para o professor, a exploração da borracha era a nuvem que escondia atividades mineradoras da empresa.


© 2017 por IFCHS UFAM. Criado por Wix.com

  • w-facebook
  • Twitter Clean
bottom of page